A recompensa José voltava para casa, quando viu uma senhora com o carro parado no acostamento. Percebeu que ela precisava de ajuda e aproximou-se. O carro dela cheirava a tinta, de tão novinho. Mesmo com o sorriso que ele estampava na face, ela ficou preocupada: " Ninguém tinha parado para ajudar durante a última hora. Ele iria aprontar alguma? Ele não parecia seguro, parecia pobre e necessitado." Ele pôde ver que ela estava com muito medo e disse: " Eu estou aqui para ajudar, madame. Por que não espera no carro onde está quentinho? A propósito meu nome é José." Bem, tudo o que havia acontecido era um pneu furado, mas para uma senhora era ruim o bastante. José abaixou-se, colocou o macaco e levantou o carro. Logo, já estava trocado o pneu. Mas ele ficou um tanto sujo e ainda feriu uma das mãos. Enquanto ele apertava as porcas a roda, a senhora abriu a janela e começou a conversar com ele. Contou que era de Campinas e só estava de passagem por ali e não sabia como agradecer pela preciosa ajuda. José apenas sorriu enquanto levantava. Ela perguntou quanto devia; qualquer quantia teria sido pouco para ele, já imaginando as terríveis coisas que poderiam ter acontecido se José não tivesse parado. José não pensava em dinheiro. Aquilo não era trabalho para ele. Gostava de ajudar quando alguém tinha necessidade e Deus já o ajudara bastante. Este era seu modo de viver e nunca lhe ocorreu agir de outro modo. Então respondeu: " Se realmente quiser me gratificar, da próxima vez que encontrar alguém que precise de ajuda, dê para aquela pessoa a ajuda que precisar". E acrescentou: " E pense em mim ...". Ele esperou até que ela saísse com o carro e também se foi. Logo adiante a senhora encontrou um pequeno restaurante muito simples. A cena inteira era estranha para ela. A garçonete veio até ela e trouxe-lhe uma toalha para que pudesse esfregar e secar os cabelos molhados e lhe dirigiu um doce sorriso, um sorriso que mesmo com os pés doendo por um dia inteiro de trabalho não pôde apagar. A senhora notou que embora a garçonete estivesse com quase oito meses de gravidez, não deixou a tensão e as dores mudarem sua atitude. A senhora ficou curiosa em saber, como quem tinha tão pouco podia tratar tão bem a um estranho. Então se lembrou de José . Depois que terminou a refeição, enquanto a garçonete buscava troco para a nota de cem reais, a senhora se retirou. Já tinha partido quando a garçonete queria saber onde a senhora poderia ter ido, quando algo escrito no guardanapo chamou sua atenção: sob ele tinha mais nove notas de cem reais. Havia lágrimas em seus olhos quando leu o que a senhora escreveu. " Você não me deve nada, eu já tenho o bastante. Alguém me ajudou uma vez e da mesma forma estou ajudando-a. Se quiser me reembolsar não deixe este círculo de amor terminar em você." Naquela noite, quando foi para casa e deitou-se, ficou pensando no dinheiro e no que a senhora deixou escrito. Como pôde aquela senhora saber o quanto ela e o marido precisavam disto? Com o bebê para o próximo mês, como estava difícil! Ela se virou para o marido que dormia ao lado, deu-lhe um beijo macio e sussurrou: " Tudo ficará bem... eu te amo, José...".
"O amor pelas pessoas traz muitas recompensas. Não quebre esse cículo e Deus o abençoará!"
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